QUERER
Do vento quero a aragem
Que brinca com a folhagem
Nas noites quentes de Verão.
Do mar a ondulação
Que na praia se recreia
Em mil beijos na areia.
Da água a chuva mansa,
Chuva da minha infância
Fios de prata irisados.
Da neve quero o arminho
Para atapetar o caminho
De meus dias tão cansados.
Do fogo a cinza quente
Que fica brasa ardente
Na braseira colocada.
Das flores quero a silvestre
Alfazema perfumada
Duma encosta bem agreste.
Da águia quero o voo rasgado
Libertando o corpo magoado
Além em plena altura.
Da Terra quero o granito
Para abafar este grito
De raiva e de tortura.
Do amor queria a ternura
De quando me fazias tua.
Do sol eu quero a lua.
Maria Ivone Vairinho
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