ABRAÇA-ME APENAS
(Para meu Marido)
Abraça-me apenas
Com toda a ternura
Que teus braços sejam
Cadeia segura.
Deixa que assim
Deste meu jeito
A minha cabeça
Repouse no teu peito.
Aqui estou protegida
Deixemos lá fora a vida
Com seus ódios e rancor.
Tudo é paz, serenidade
Águas mansas, tranquilidade
Abraça-me apenas, meu amor.
Maria Ivone Vairinho
UM POUCO ...
terça-feira, 11 de maio de 2010
HOMENAGEM A MARIA IVONE VAIRINHO (13)
PEÇA RESTAURADA
Era uma caixa rara
feita de amor e saber
dentro dela eu guardava
meu coração de mulher
um dia alguém a quebrou
deixando-me destroçada
ninguém sequer reparou
eram cacos e mais nada
com lágrimas apanhei
cada pedaço partido
com muita dor reparei
os sonhos tinham fugido
num caminho sem amor
só encontrei solidão
foi companheira na dor
na mágoa e desilusão
longa foi a caminhada
choveu, fez sol e nevou
mas na berma duma estrada
fresca flor desabrochou
e quem a caixa partiu
quis que fosse reparada
nem um defeito ficou
parece a que foi quebrada.
Mas eu sei
que, por dentro,
está toda estilhaçada.
Maria Ivone Vairinho
Era uma caixa rara
feita de amor e saber
dentro dela eu guardava
meu coração de mulher
um dia alguém a quebrou
deixando-me destroçada
ninguém sequer reparou
eram cacos e mais nada
com lágrimas apanhei
cada pedaço partido
com muita dor reparei
os sonhos tinham fugido
num caminho sem amor
só encontrei solidão
foi companheira na dor
na mágoa e desilusão
longa foi a caminhada
choveu, fez sol e nevou
mas na berma duma estrada
fresca flor desabrochou
e quem a caixa partiu
quis que fosse reparada
nem um defeito ficou
parece a que foi quebrada.
Mas eu sei
que, por dentro,
está toda estilhaçada.
Maria Ivone Vairinho
HOMENAGEM A MARIA IVONE VAIRINHO (12)
QUERER
Do vento quero a aragem
Que brinca com a folhagem
Nas noites quentes de Verão.
Do mar a ondulação
Que na praia se recreia
Em mil beijos na areia.
Da água a chuva mansa,
Chuva da minha infância
Fios de prata irisados.
Da neve quero o arminho
Para atapetar o caminho
De meus dias tão cansados.
Do fogo a cinza quente
Que fica brasa ardente
Na braseira colocada.
Das flores quero a silvestre
Alfazema perfumada
Duma encosta bem agreste.
Da águia quero o voo rasgado
Libertando o corpo magoado
Além em plena altura.
Da Terra quero o granito
Para abafar este grito
De raiva e de tortura.
Do amor queria a ternura
De quando me fazias tua.
Do sol eu quero a lua.
Maria Ivone Vairinho
Do vento quero a aragem
Que brinca com a folhagem
Nas noites quentes de Verão.
Do mar a ondulação
Que na praia se recreia
Em mil beijos na areia.
Da água a chuva mansa,
Chuva da minha infância
Fios de prata irisados.
Da neve quero o arminho
Para atapetar o caminho
De meus dias tão cansados.
Do fogo a cinza quente
Que fica brasa ardente
Na braseira colocada.
Das flores quero a silvestre
Alfazema perfumada
Duma encosta bem agreste.
Da águia quero o voo rasgado
Libertando o corpo magoado
Além em plena altura.
Da Terra quero o granito
Para abafar este grito
De raiva e de tortura.
Do amor queria a ternura
De quando me fazias tua.
Do sol eu quero a lua.
Maria Ivone Vairinho
HOMENAGEM A MARIA IVONE VAIRINHO (11)
FORAM DITOS OS SEGUINTES POEMAS DE MARIA IVONE VAIRINHO:
QUE BELO DIA PARA VIVER!
O pessegueiro
Floriu no quintal
Rosa e branco numa orgia
O céu amanheceu
Anilado
Perfumado
As aves enamoradas
Em doce chilreada
Celebraram o novo dia.
O meu tronco
De raízes apodrecidas
Sentindo-se morrer
Os braços descarnados
Levantou
Bebeu o ar primaveril
Encharcou-se de tons de anil
E num suspiro murmurou:
— Que belo dia para viver!
Maria Ivone Vairinho
QUE BELO DIA PARA VIVER!
O pessegueiro
Floriu no quintal
Rosa e branco numa orgia
O céu amanheceu
Anilado
Perfumado
As aves enamoradas
Em doce chilreada
Celebraram o novo dia.
O meu tronco
De raízes apodrecidas
Sentindo-se morrer
Os braços descarnados
Levantou
Bebeu o ar primaveril
Encharcou-se de tons de anil
E num suspiro murmurou:
— Que belo dia para viver!
Maria Ivone Vairinho
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